Wednesday, August 13, 2008

deve ser melhor levar um tiro no rabo...

O mundo é uma roleta russa, e o cano está enfiado no cu de cada um que nele sobrevive. Mesmo que o disparo não te acerte, você está fodido de uma forma ou de outra.
Todos pressionam a todos, querem pra ontem, querem, requerem, indeferem, gritam, gemem, sussurram em nossos ouvidos um pedido mandado e exigido. Sorriem desculpando-se por terem ferrado alguém, enterrado um sonho. Sonhos pra que? Sonhar é supérfluo, não dá dinheiro. Cortam as asinhas do sonhador, tipo papagaio doméstico. O chefe ensina as palavras que devem ser pronunciadas. Papagaio sem asas, sem planos, de fala limitada. Assim sem árvore, sem ar, sem casa e sala de estar a ave equilibra-se num galho seco, em que um passo em falso a levará ao... disparo.
E não será melhor assim? Enfim, após puxar o cão e pressionar o gatilho, balaço, estouro, a liberdade tão sonhada, a revoada das aves sem asa para... - Para onde mesmo? – ...a casa de Deus. Um cara no altar afirmou: Lá para onde vão os bons homens que Deus criou e botou um pouquinho só abaixo dos seus anjos.

Thursday, August 07, 2008

Propaganda é a Alma do Negócio

Hoje ao acordar cedo, liguei a TV para assistir o noticiário da manhã, num de seus intervalos percebi um comercial um tanto quanto indigesto. Fazia referência ao dia dos pais. Uma loja anunciava como brinde um jogo de churrasco para quem comprasse um aparelho de telefone celular. Até aí nada de anormal.
Após tal anúncio, uma cena rápida, em que dois pares de pais e filhos estavam sentados num mesmo banco e o pai feliz vangloriava-se de ter ganho um “presentão” – celular e jogo de churrasco -, de seu querido filho, questionando o outro pai logo após, sobre que presente seu respectivo filho lha havia dado. Não houve resposta, apenas uma mudança no foco da câmera, mostrando o filho envergonhado escondendo um humilde par de meias, na expressa intenção de desclassificar esse presente, como se o ato de presentear com uma lembrança barata fosse coisa indigna. Medindo a qualidade do filho pelo valor do presente.
Foi apenas um comercial comum, utilizando técnicas pavlovianas, como boa parte da propaganda, seja capitalista ou comunista – e nesse caso o feitiço deu um tapa na bunda do feiticeiro -.
O difícil de engolir é a quantidade de pessoas que embarcam despercebidas na onda de consumo, sem se perguntar o porquê, sem se dar conta de quanto ou sem refletir por um segundo na irracionalidade dos próprios atos.

Wednesday, April 02, 2008

Deu vontade de não sair da vertical
cobertor, travesseiro, manhã fria.

Pequenas delícias

e já são dez hora
era hora de estar no escritório

com gente escrota,
escutando um apelo,
pelando um coitado,

escrevendo avisos
daqueles do tipo:

"não incomode esse trabalhador
que queria estar deitado"

Monday, March 24, 2008

Com Idiotice

A idiotice é vital para a felicidade.Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. A vida já é um caos. Por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes,separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele! Milhares de casamentos acabaram não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não! Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Brincar é legal! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir... Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora? "Ailin Aleixo"

Monday, October 29, 2007

Metástase

Marx sacou um dia que andava confuso
Mas havia milhares para ele fazer uso!
Livros vendidos o sistema comprou,
Você aprendeu e então dançou
Mais uma esquerda, outra direita
Mais um ideal e mais uma mutreta

Hitler sacou um dia, que andava inseguro
Mas já era muito tarde para derrubar o muro
A atitude tinha de ser drástica,
Até morrer pela suástica
Mais um católico, mais um ateu,
Mais um crioulo, mais um judeu

Freud sacou um dia que ele podia pirar
Mas havia centenas para ele analisar
"O seu problema é esquizofrenia,
Agora pague e volte outro dia!"
Mais um que vem, mais um que sonha
Mais um orgulho, mais uma vergonha

O jogo acabou e você perdeu
Era pra subir e você desceu
Agora que já perdeu o trem
Não acredita em mais ninguém

Jesus sacou um dia que iria enlouquecer
Mas havia um rebanho para ele converter
O Pai havia aberto o portão do céu
A cruz estava lá, era seu troféu
Mais um que cai, mais um que gira,
Mais uma verdade, mais uma mentira

by Camisa de Vênus

Thursday, October 11, 2007

Castas - Seleção Natural - Nó no Cérebro

Aposto que muitos, senão todos, desejam ter alguém do sexo oposto ao seu lado, alguém para dividir as coisas boas e más, toda aquela ladainha que o padre pronuncia antes do “SIM” no altar durante o ato matrimonial. Uma pessoa que entenda você, que se pareça contigo intelectualmente e nos gostos e hábitos, de boa aparência, que seja compatível com a sua.

Tomemos por exemplo um médico, bonito, bem sucedido financeiramente e culto, lá está ele enchendo o tanque de seu belo carro, enquanto a frentista abastece ele olha para ela e a deseja, deseja por alguns instantes, eles conversam, entre as idéias de um e de outro existe um muro de Berlim, uma barreira instransponível. O médico sentiu apenas um desejo puramente animal, durante a conversa seu lado homem racional faz com que seu desejo desaparecesse, se deu conta que não havia entre eles nenhum traço que pudesse compatibiliza-los, com exceção de serem bichos de uma mesma espécie. Ela era fisicamente atraente, mas, a priori, esse parecia seu único atributo.

O referido médico encontrou Lúcia, uma arquiteta, bela, instruída, carinhosa, alegre. Achou ela fantástica, uma pessoa sem igual, ela teve a mesma impressão dele, como conseqüência se casaram.

Deixo claro, não tenho nenhum preconceito contra frentistas ou pessoas de qualquer outra profissão, foi apenas um exemplo.

As coisas geralmente acontecem assim, claro que há exceções, naturalmente, principalmente nas novelas da Globo, onde a freqüência destoa da realidade, mas não entrarei nesse assunto para não desviar o foco.

O pai do médico é padeiro, tendo apenas completado o ensino médio, antigo segundo grau; a mãe ajuda o pai na padaria e cuida dos afazeres domésticos, tendo ambos a mesma escolaridade.

A frentista, durante um pagode na vila, conheceu o Almeida, trabalhador informal, vivia de biscate, foram apresentados, conversaram um pouco, se beijaram, foram pra casa do cara, já na maior empolgação e meio altos depois de várias cervejas, consumaram o coito. Sequer lembraram do preservativo, gozaram uma noite quente, ela estava nos dias férteis e engravidou. Ao saber da novidade Almeida resolveu fazer uma viagem, só não avisou ninguém de qual seria seu destino ou quando voltaria.

Depois de 7 anos de casamento e com a vida já financeiramente encaminhada, o médico e Lúcia resolveram ter um filho e tiveram, tudo correu bem, a criança cresceu forte e sadia, deram-lhe boa educação, tudo de melhor que o dinheiro pode pagar.

A frentista morava com a mãe, teve o filho, nunca mais teve notícias do Almeida, o garoto cresceu na vila, aos doze anos começou a trabalhar como lavador de peças numa oficina mecânica perto da casa da avó.

Ok, são apenas histórias comuns, qualquer um conhece casos parecidos, e sabe que em boa parte das vezes o desenrolar é o mesmo na estória acima apresentada, mas já pensaram quais as conseqüências de casos parecidos como esse acontecendo reiteradamente. O que isso pode acarretar?

Não sou sociólogo, nem tenho a mínima pretensão de ser, mas tomemos por base que as pessoas buscam se unir a outras pessoas compatíveis com elas (de acordo com as características do primeiro parágrafo) para constituírem família e seguirem adiante. Levemos em consideração que os pais do médico eram padeiros, com menor grau de instrução que o filho e que possivelmente o filho do médico será ainda mais instruído que seu pai e que, se seguir a maioria, procurará como par alguém com atributos compatíveis com os seus. Ainda, se o filho da frentista seguir a regra geral das tendências então ele dificilmente concluirá um curso superior, terá assim três destinos possíveis, achar uma companheira compatível, agir como seu pai, ou delinqüir.

Dois mundos bastante distintos, um deles é dos bons estudos, casas modernos, um bom padrão de vida, o outro é o da miséria, a confusão e do pão conseguido com todo suor que os poros conseguem exalar.

Bem, seguindo essa tendência, como será a sociedade daqui cinco gerações? Dez por cento com PhD e noventa por cento de pobres? Talvez mais, talvez menos. Será que essa casta superior criará um abismo cultural ainda mais instransponível do que o já existente? Chegarão a ser super seres? Lembremos, naturalmente essa casta também deve ser geneticamente modificada para se adaptar à expansão cultural, já que o darwinismo não trata só da adaptação física, mas também a intelectual. E a outra casta? Estagnará? Será que haverá uma classe intermediária, equivalente à média?

Quem viver verá, Stephen Hawking diz já saber a resposta, eu não sei de nada, com exceção das dúvidas que morrerão comigo.

Tuesday, September 25, 2007

Sobre o Amor

“Quando o amor lhes fizer um sinal, sigam-no,Por árduos e íngremes que sejam seus caminhos.E quando suas asas os abraçares, não reajam,Mesmo que a espada oculta entre as penas os possa ferir.E quando o amor lhes falar, creiam nele,Embora sua voz possa despedaçar-lhes os sonhos, como ovento do norte devasta o jardim.
O amor nada dá senão a si próprio, e nada tomasenão de si mesmo.O amor nada possui, nem se deixa possuir;Pois o amor basta-se a si mesmo.
O amor não tem outro desejo senão realizar-sea si mesmo.Mas se vocês amarem e por isso tiverem desejos,então que seus desejos sejam estes:Derreter-se e ser como um córrego murmuranteque dedica à noite sua melodia.Conhecer a dor da excessiva ternura.Ferir-se pela própria compreensão do amor;E deixar-se sangrar de bom grado e com alegria.”
Kahlil Gibran